quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Dificil de acreditar e de entender.

Zilda Arns Neumann
(Nacesu,25 de agosto de 1934 — Faleceu, 12 de janeiro de 2010)

Quero manifestar o meu mais profundo sentimento pelo falecimento de uma das mulheres mais importntes do Brasil, ou melhor do mundo. Morreu no dia de ontem vitima do terremoto no Haiti a médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns Neumann.

Irmã de dom Paulo Evaristo Arns, a médica se destacou pelo seu belo trabalho social, entre eles foi também fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Mãe de cinco filhos, dos quais apenas quatro estão vivos (Rubens, Nelson, Heloísa e Rogério - a filha Sílvia morreu em 2003, num acidente de carro), e avó de nove netos, recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária no país. Da mesma forma, à Pastoral da Criança foram concedidos diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo desenvolvido.

Formada em medicina, aprofundou-se em saúde pública, visando salvar crianças pobres da mortalidade infantil, da desnutrição e da violência em seu contexto familiar e comunitário.

A médica tinha em sua prática diária a pediatraia no Hospital de Crianças César Pernetta, em Curitiba, e, mais tarde, como diretora de Saúde Materno-Infantil da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.

Sua experiência fez com que, em 1980, fosse convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin, para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná, criando um método próprio, depois adotado pelo Ministério da Saúde.

Em 1983, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança juntamente com Dom Geraldo Majella Cardeal Agnelo, arcebispo primaz de Salvador da Bahia e presidente da CNBB, que à época era arcebispo de Londrina. No mesmo ano, deu início à experiência a partir de um projeto-piloto em Florestópolis, Paraná.

Após vinte e cinco anos, a pastoral acompanhou 1 816 261 crianças menores de seis anos e 1 407 743 de famílias pobres em 4060 municípios brasileiros. Neste período, mais de 261 962 voluntários levaram solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres, criando condições para que elas se tornem protagonistas de sua própria transformação social.

Em 2004, recebeu da CNBB outra missão semelhante: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Atualmente mais de cem mil idosos são acompanhados mensalmente por doze mil voluntários de 579 municípios de 141 dioceses de 25 estados brasileiros.

Dividia seu tempo entre os compromissos como coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e a participação como representante titular da CNBB no Conselho Nacional de Saúde, e como membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Zilda Arns faleceu no Haiti, onde se encontrava em missão humanitária. Foi uma das vítimas do forte terremoto que atingiu o país.

Um comentário:

  1. Parabéns, pela homenagem, Júnior!
    Dona Zilda é um exemplo de mulher que amando a si mesma se realizou em todos os aspectos, no familiar, no profissional e canalizou os seus saberes no amor ao próximo. Viveu o mandamento maior!

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