Acredito infinitamente na força do amor entre irmãos, e que esse amor é uma herança
abençoada que recebemos dos nossos pais, pois, seus exemplos de amor, afeto,
atenção, carinho com seus irmãos foram fundamentais para que esse belíssimo
exemplo fosse aplicado em nosso lar.
Já tentei imaginar alguma forma de medir o meu amor por
minhas irmãs, e confesso que não encontrei nada ao qual pudesse comparar, pois,
mesmo nas horas das discussões sabemos respeitar o limite de cada um, e que
qualquer opinião diferente é apenas uma forma de nos entendermos mais e melhor.
E para falar sobre esse sentimento nobre de irmandade,
tenho um grande exemplo a ser apresentado, basta olhar a foto abaixo e entenderá
como tão profundo é o AMOR dessas três irmãs.
Cleoma, Cledna e Cleide Lucena, para vocês um poema.
Irmão, IrmãosCada irmão é diferente.
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objectos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?
Carlos Drummond de Andrade
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objectos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?
Carlos Drummond de Andrade
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